Para os músicos!

Essa dica é essencial para os músicos. Mesmo os de fim de semana.

Imagina a situação: Você viajou para o exterior, comprou um instrumento caríssimo e tem de transportá-lo no avião. A empresa aérea teria de se responsabilizar pela sua bagagem (a despachada no caso) caso qualquer dano aconteça a ela. Certo? Teoricamente.

Com o passar do tempo, a prática de não se responsabilizar por nada, parecendo um shopping que diz que não se responsabiliza por objetos deixados no interior do seu veículo, fez com que as organizações de músicos em cada país toma-se uma atitude. São essas organizações que defendem os apaixonados por música de que seus instrumentos sejam destruídos durante uma viagem.

O caso mais conhecido de dano a um instrumento foi o que aconteceu com Dave Carroll, cantor country da banda Sons of Maxwell, dos Estados Unidos, que teve seu Taylor 701 quebrado pelos agentes que faziam a carga do avião. Dave ficou conhecido, principalmente, por fazer compor umamúsica e um vídeo homenageando a empresa United Airlines pela situação e por não ter feito nada para resarci-lo.



Com o vídeo, Dave conseguiu muito mais do que os 3500 dólares que valiam o seu violão. Conseguiu publicidade para a banda, conseguiu um violão novo exatamente igual ao que tinha dado de presente pela empresa Taylor (marca do violão que foi danificado), e conseguiu que seu protesto contra a United fosse ouvido por muito mais gente do que a ouvidoria da empresa.

Nos EUA, o orgão equivalente a Ordem dos Musicos do Brasil instituiu que o violão, seja ele dentro de uma hardshell case ou de uma softbag, pode ser levada junto ao passageiro a bordo da aeronave como uma bagagem de mão. Por experiência própria, posso dizer que isso causa um certo constragimento quando outros passageiros olham para você e se perguntam porque suas malinhas tem de ser despachadas (há um limite para que malas possam embarcar como bagagem de mão, e um violão extrapola todas, por exemplo).

Entretanto, há alguns voos em que a aeronave, de tão pequena, não possui um bagageiro que comporte um instrumento. Nesse caso, as empresas adotam um procedimento chamado de gatecheck, onde os itens pessoais são acomodados em uma espécie de porta-malas, que não o mesmo das bagagens despachadas, e são devolvidos assim que se sai da aeronave. Procedimento que pode causar transtornos, já que na acomodação das bagagens é usada uma esteira. Esteira que pode provocar uma queda e estragar o item.

Em um forum na internet, pude achar a opinião (http://www.violao.org/topic/5950-violao-no-aviao/) de um rapaz que trabalha exatamente nessa função de acomodar e tirar as bagagens dos aviões. Ele diz que os músicos tem, sim, de lutar para evitar que seus instrumentos sejam colocados junto ao que é despachado já que, por um até desconhecimento, os operadores colocam as cases em qualquer lugar, debaixo de qualquer mala, sem qualquer cuidado.

Aqui no Brasil não há discussão: O instrumento, se tiver meio de ser levado como bagagem de mão e ser acomodado dentro da aeronave, tem de ir lá. Ajuda se você for afiliado a Ordem dos Músicos, tiver carteirinha e indo fazer um show. Se for apenas alguém com um violão, guitarra, baixo (instrumentos mais comuns), pode jogar no ponto fraco das companhias e que já foi citado nesse post: As empresas não se responsabilizam e você pode levar uma bagagem de mão e um item pessoal. E o instrumento é sua bagagem.

Aqui tem as instruções do atendente da GOL (nos 10 segundos finais).




Mas se mesmo assim você tiver que despachar o violão, vale seguir algumas regras. A primeira é a de acomodação: Uma case bem resistente. Assim, garante ao violão que as pancadas fiquem na caixa. Enrolar o instrumento em plástico bolha ou colocá-lo junto de (muita!) roupa, também pode ajudar a reduzir possíveis impactos. Lembre-se de desafinar o violão ou qualquer outro instrumento de corda. A temperatura no bagageiro pode chegar a menos de 10 graus negativos, fazendo com que as cordas se comprimam e entortem a madeira. Um violão vira uma harpa, por exemplo. Lembre-se também de pedir alguma garantia da companhia. Mesmo que eles não deem, certifique-se de que haja testemunhas de que você entregou o instrumento em perfeito estado na hora do check-in.

Boa Sorte!

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obs1.: Há uma norma da Infraero que diz que nenhum passageiro pode abrir suas malas antes da saída da esteira de devolução de bagagens. Assim, não há como verificar se itens pessoais foram roubados ou algo do tipo. Não há como verificar, mesmo que a case do violão esteja intacta, se o instrumento foi danificado. Entretanto, as companhias só se responsabilizam se for notado algo de estranho ainda no local onde tem alguma responsabilidade, e o saguão já não diz nada a elas. Contraditório. Vale, sim, abrir o violão ainda na esteira para checar se está tudo certo com o instrumento.

obs2.: Aos músicos que viajarem ao exterior: A Ordem permite que o músico traga instrumentos do exterior sem que qualquer imposto seja cobrado se for compravado que o músico estava a trabalho no exterior (só apresentar um recibo de gravação, de contrato, reportagem, panfleto).
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